Priscilla Buhr

Priscilla Buhr

Priscilla Buhr é fotógrafa com formação em Jornalismo. Iniciou sua carreira em 2005 no Jornal do Commercio. Seus trabalhos abordam questões que permeiam sua jornada como mulher e mãe artista. Em 2010, realizou a primeira exposição individual, com o trabalho “AutoDesconstrução”, no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães - MAMAM, em Recife. O mesmo trabalho foi exposto em Frankfurt, Alemanha em 2011. Em 2023, realizou sua segunda individual, "Não Reagente" no Museu Murillo La Greca, em Recife, com curadoria de Maíra Gamarra. Priscilla foi ganhadora do Prêmio Aquisição do Museu Nacional da República, na categoria Melhor Ensaio 2023; uma das selecionadas do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia em 2019; do Prêmio Brasil de Fotografia 2013.

Priscilla Buhr

Não Reagente  

Não Reagente / 2015-2023 / Fotografia digital com intervenções de colagens e costura/  10 fotografias

Conceito: Não Reagente” transita pelo tema da maternidade, mas não apenas sobre o maternar. A obra começa, justamente, na provável impossibilidade de gestar. O processo de criação surge na tentativa de compreender o lugar e sentimentos da mulher “infértil” em uma sociedade de herança colonial, em que a gestação compulsória aparece como mais uma forma de controle sobre o corpo das mulheres. Etimologicamente, infértil quer dizer “improdutivo, infecundo, baldado, improfícuo; que não consegue produzir o resultado esperado; inútil”. Priscilla, então, subverte e produz: entrevista 44 mulheres mães sobre como elas se imaginavam se não tivessem sido mães. A partir dessa troca, o trabalho começa a ganhar forma, notas pessoais em cima das respostas das entrevistas se tornam imagem e a artista passa a produzir fotografias com forte apelo poético e metafórico sobre o “não gerar”.  Até que grávida. Até que, obra quase terminada, Grávida. Reagente. E ela não sabia reagir. Poder de escolha roubado mais uma vez. Até que mãe – as fotografias, antes não reagentes, precisam encontrar um novo corpo. Nova pesquisa, nova busca. O que pode uma mulher? E quando ela se torna mãe? Em “ Não Reagente”  Priscilla trabalha com o onírico e a crueza da maternidade e seus atravessamentos, propondo um debate sobre o peso social do gerar e maternar, o direito sobre o corpo e a liberdade que é tão negada às mulheres. Priscilla pariu um filho e uma obra. E não quer deixar a opção de não reagir.